Nem Aqui Nem Ali... a vida para além do sofá

Monday, September 27, 2010



Monday, August 18, 2008

Save Miguel

Conseguem imaginar, agora mesmo, o som de abrir uma garrafa de vinho?

O saltar da rolha....?

Deitar o vinho no copo, cheirar e beber? Todo o ritual?

Pois, a parte de sacar a rolha está em risco de se perder. Em vias de extinção, se preferirem.

Mas, eis que chega a cavalaria! Este video está excelente, uma boa maneira de alertar o resto do mundo de que começar a por cápsulas de rosca em garrafas de vinho é tudo menos boa ideia...

Rob Schneider no seu melhor!



E uma versão mais curta, prontinha para ser exibida:

Sunday, April 06, 2008

Acabou-se a neve....

E... acabou a neve!


Pelo menos, pelos Pirinéus... há sempre o hemisfério lá de baixo, onde é Inverno enquanto que aqui é Verão.... mmm.... soa uma beca o oposto do que o bom senso ditaria para onde ir. Preferir o Inverno a uma praia e tempinho quente?



Mas, snowboarding é completamente viciante, deixa-me fodido dos miolos e depois de andar em neve fresca, quero mais e mais. Ok, só mais um ano até ao próximo Inverno (eu sempre detestei o Inverno... aqui está uma maneira bem positiva de olhar para o frio. Quando tinha pessoal à volta a dizer "eia, que merda, vai chover esta noite", só pensava "fixe, se aqui chove, na montanha neva... bora!!"



Então, assim que me ponho a fazer coisas como isto



a neve dá de fuga...

Já agora, isto foi em Baqueira-Beret, no Vale de Aran, Espanha, definitivamente um sítio para gente com guita, com mania e onde se sente que há mais dinheiro e atenção investido no "look" do que em curtir a neve.... mas, não deixa de ser um sítio excelente para sair das pistas e curtir neve fresquinha e não batida e que vale a pena descobrir.

No lado bom da medalha, está a começar a época dos ventos de sudeste, quentinhos, constantes, vindos do Sahara!! Tradução: as águas enchem-se de pessoal a fazer wind e kitesurf, ao mesmo tempo que vão ficando cada vez mais quentes em direcção ao Verão. Fazer windsurf só de calções dá-me um bocado a sensação de estar mais perto do Equador (pelo menos durante um ou dois meses... enfim!) Yeah!

Fotos de Jahorina

Pus mais algumas fotos de Jahorina em:

http://www.worldisround.com/articles/344869/index.html

njoi!

Saturday, February 23, 2008

Jahorina... 2008



Nem queria acreditar quando carreguei no "OK" para comprar o bilhete para Belgrado... ia, um ano depois, voltar a Jahorina, na Bósnia, perto de Sarajevo, uma das estações de ski onde decorreram os jogos olímpicos de Inverno de 1984, o grande orgulho Bósnio.

Acontece que o material, estrutura, elevadores, mentalidade, ainda são da mesma altura. O que não é para ser mal interpretado. É uma estação em que as pistas só existem no mapa. Quando chegas lá acima não existe um único sinal, marcação, postes, barreiras, informação é zero! Perguntas ao gajo que por lá anda (para ajudar a arrastar algum desgraçado que caia ao chão ao sair das cadeiras, já que aqui estas estão continuamente a funcionar - se alguém cair, não se páram! Azar, desvia-te do caminho que já aí vem outra cadeira atrás... e cuidado com a cabeça) onde é que está a pista "vermelha" e ele aponta-te vagamente para o vale e diz, o caminho é por aí, sempre a descer.

Este sítio é lindo! Regras são poucas. Pistas são inexistentes. Pela noite as poucas máquinas que alisam a neve fazem o que podem para manter um nível razoável de neve compactada, e as "pistas" esquiáveis no dia seguinte. Não existem canhões de neve. Só mesmo o que cair do céu (dá azo a crises de nervos, porque até 4 dias antes de partir para Belgrado o aquecimento global andava a fazer das suas e Jahorina estava mais castanha que branca). Mas o genial é mesmo não haverem pistas delimitadas. Podemos ir para qualquer lado, pelo meio dos inúmeros bosques, a esquivarmo-nos aos pinheiros, a sentir neve em pó, a cair e ficar enterrado até aos joelhos, sem me conseguir levantar, a sentir que sou o primeiro gajo a passar por aquele sítio já que a marca que a minha prancha deixa é a única que por ali anda, a explorar todas as irregularidades da paisagem para saltos, para curvas, para subir os níveis de adrenalina. Onde em qualquer estação nos Pirinéus ou Alpes se poriam umas estacas a avisar para o perigo de uma lomba, ou uma depressão estranha no terreno, e proibindo-se a passagem por ali, em Jahorina é mais um salto, mais uma coisa para experimentar, junta-se gente à volta para ver que salto irá fazer o próximo. Quantas vezes disse e ouvi dizer ao chegar aos elevadores, depois de ter descido, "eia, com um caralho! tens que ver aquele salto que descobri!!!!", ou então "fiz uma secção linda pelo meio de umas árvores!!". E tudo, simplesmente, porque por aqui, podemos. Como não há pistas delimitadas, também não hão limites!

Como é óbvio, também há os pontos negativos, não há qualquer sinalização acerca de pedras ou zonas demasiado raspadas sem neve (fiz um sulco na prancha que foi até à madeira, quase com meio metro à conta de uma pedra enorme que não vi), ou de placas de gelo, ou nunca se fecham as cadeiras... isto permitiu-me ter subido umas quantas vezes durante uma "tempestade" de neve (ventos de 40-50 km/h, -15ºC e com um windchill de -25ºC) e descer em condições de visibilidade nula. A neve que me era atirada à cara, na horizontal, tal era o vento, não me deixava ver mais de 5-10 metros à minha frente. Foi surreal. E espectacular, porque por várias vezes consegui estar totalmente sozinho em neve acabadinha de cair (tal era a quantidade de neve que caia). Algo impossível em estações mais organizadas... ou melhor, impossível em qualquer outra estação, que nem precisaria de metade das condições climatéricas que estavam para fechar totalmente.

Depois há a gente dos balcãs. Sempre hospitaleiros, de bom humor, sempre preocupados com o bem estar "das visitas", completamente alucinados e sempre em festa. As piadas são iguais às que diria em português, o modo de beber, de festejar também é igual. Já disse por várias vezes que, relativamente às coisas mundanas da vida, estes sérvios, bósnios, croatas, são mais parecidos connosco que os espanhóis.

A ver se para o ano que vem volto... será a terceira vez, e valerá bem a pena!

Sunday, November 18, 2007

Coisas que fazem sorrir

Um dia preenchido é um dia que cansa quando chega ao fim. Mas um cansaço com um sorriso grande na cara. Daqueles grandes!

Acordar pela manhã, não muito cedo, para um cappuccino e duas sandes mistas (quentinhas, que faz frio lá fora), à janela, a apanhar sol na cara e a ver o mar.


Ir para uma falésia em cima do mar, para escalar. Ao sol, (que faz frio à sombra, onde não se pode estar só de t-shirt), a tostar a pele da cara.


Vem o vento, que já não vinha há umas semanas, e com ele a vontade de entrar no mar e, já que não hão ondas por aqui, usá-lo para rasgar a água. E lá vou eu experimentar kitesurf... continuo a achar que windsurf é mais fluído, esta coisa de ter um páraquedas a arrastar-me ainda não me convenceu.

Jantar num restaurante indiano, 5 euros o menu completo (Domingo, jantar, centro de Barcelona... algo de estranho no preço! :) e umas jolas ao som de uma Jam session...

Estou de rastos!!!!! Mas com um sorriso grande... Grande!



Tuesday, October 16, 2007

Mundaka

O ASP World Tour vai a Mundaka. Boa desculpa para finalmente visitar o País Basco.


Aqui vou eu, de uma província de Espanha que luta para ser independente, para outra que também o faz, mas de uma forma um pouco mais agressiva...

País Basco, mais uma terra de não-espanhóis em Espanha, de uma língua comparada àquelas provenientes do Cáucaso, de uma costa magnífica com falésias a pique e um mar a perder de vista... Mundaka é uma vila pequena, 2000 habitantes, que se vê invadida por hordes de surfistas, em busca da sua esquerda perfeita.


É um sítio calmo, a 100 Km da mais conhecida Donostia-San Sebastian, na margem esquerda do rio Mundaka, onde o rio se vê invadido pelo mar duas vezes por dia e onde a língua de areia à sua saída produz uma onda fabulosa.

Em Donostia-San Sebastian, uma tarde de Sábado é sinónimo de ócio, num sítio com duas baías lindas, a praia de La Concha e a La Zurriola, perfeitas para passeios sem objectivo. Onde ainda se veêm miúdos a jogar ao pião no meio de uma praça, ou com canas de pesca às costas, vindos mais uma vez de mãos a abanar. Nada mau, para uma época carregada de playstations, game boxes, e de tardes de sol passadas a jogar num mundo virtual. Acho que pais como deve ser deviam por algo deste género nas mãos dos filhos que exigem a consola da moda para o Natal. É uma maneira bem conveniente de os ter entretidos sem ter que gastar muito tempo com eles... triste...

No meio de pintxos, de muita cerveja (barata), de extrema preguiça e lentidão generalizada, há que voltar. A Mundaka, a Bakio, a Donostia, às ondas que prometem, às praias paradisícas, à língua incompreensível, aos cartazes a pedirem independência, à vida mundana no centro de uma cidade, à pasmaceira das aldeias plantadas à beira mar...

Sunday, September 09, 2007

Uns dias em Sagres

Sagres

Sempre que volto a Portugal, para ver a família e amigos, preciso também de escapar um pouco da vida que a maior parte deles leva, uma vida de quem está "em casa", acostumada à rotina.

Neste verão foi complicado, só mesmo aos fins de semana, já que estava tudo a trabalhar, o que tornava arrastar quem quer que fosse para outro sítio, mais complicado.
Sagres é ideial, não é demasiado quente em Agosto, é o local de encontro de uma enorme massa que só lá vai para curtir, tem umas praias paradisíacas,

assim como uns sítios para escalar parecidos saídos de um livro de fotos igualmente.... paradisíacas!



De noite, é fácil, é só ir comer uma bucha ali ao Dromedário para depois ensopá-la com muita cerveja (Sagres, só podia!) e digeri-la aos saltos nos bares cheio de boa onda na mesma rua. Para acabar em grande, volto para a praia para dormir e ao olhar para o céu vejo uma estrela cadente a deixar um rasto enorme no céu. Já bebi demais pensei (e de verdade tinha... o que provou a meia hora que demorei a descer até à praia do Beliche), mas tive a sorte de ir acampar para uma praia no meio do nada (a única luz visível era a do Farol do cabo de S. Vincente a uns 2 km) na noite em que a chuva de meteoritos das Perseidas foi mais visível. Eram dezenas de rastos no céu, para onde quer que olhasse, passados uns segundos veria um. A chuva de meteoritos das Perseidas acontece todos os anos sempre que a Terra passa pela órbita do cometa Swift-Tuttle, que larga uma nuvem de poeira na sua trajectória, passando estas poeiras cósmicas a entrar na atmosfera da Terra e deixar os rastos que nós vemos e romanticamente chamamos de "estrelas cadentes".



Bom, bom, era que estas coisas de andar por aí, fora da vida rotineira fossem todos os dias.